Do site Pastilhas Coloridas, do grande Fábio Sooner, finalmente de volta :
Short Cuts: pop/rock Brasil 2001 em 13 contradições
Prólogo: Nem tudo desta lista é endossado pelo Pastilhas - são apenas constatações generalizantes. E provavelmente tudo tem resposta satisfatória, mas vale a pena pôr a bola na marca do pênalti...
1. Reverenciar os anos 80 é imprescindível para qualquer FM, mas compositores consagrados da época ainda na ativa - como Frank Jorge e Wander Wildner - só são tocados quando regravados por Ira! ou Pato Fu.
2. Misturar rock com rap ou funk é garantia de público, mas as rádios rock não tocam nem rap, nem funk.
3. Ser diferente é ser radical, mas quanto mais se copia bandas radicais, mais "radical" se é.
4. Mesmo que venda milhões na Europa, banda britânica aqui é sempre "alternativa".
5. Ouvir só axé, pagode e congêneres é alienação, mas ouvir sempre o mesmo tipo de banda de rock é "autenticidade".
6. Eletrônica é coisa de viado, Queen e David Bowie não.
7. Se preocupar com roupas e jogo-de-cena no palco é fazer presepada, mas o teatro medieval do Iron Maiden é "puro rock n' roll".
8. Mesmo vendendo três vezes mais do que Los Hermanos e tendo um vocalista parente de jornalista famosa, Charlie Brown Jr. nunca é associado a jabá.
9. Cantar "balada do amor inabalável" é brega, "isso é amor" não.
10. Pagar caro por vinil em sebo é suuuper fashion, mas pagar caro por CD importado é coisa de burguês.
11. Palavrão em português é apelação. Em inglês é "atitude".
12. Escriba que elogia o que todo o mundo já elogiou é antenado, mas o que exalta o que a maioria (ainda) não conhece quer aparecer e criar hype.
13. Já o que fala mal do que é consagrado vira escriba cult, mas o que fala mal do que é cult vira qualquer coisa, menos um escriba consagrado.
Epílogo: Sim, o Pastilhas adora frases de efeito. E aspas.
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