Rodrigo James, 35 anos, publicitário, jornalista, assessor de imprensa, dj amador, músico de computador, diretor de rádio lê, ouve, escreve, fala e respira cultura pop. Também atende nos websites www.programaaltofalante.com.br, www.portal180.com.br, no Orkut (http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=1365547244323894215), no MSN (tá bom que eu vou dar meu MSN assim assim) e está aberto a opiniões, crítica, chacotas e o que mais passar por sua cabeça. Ah, o email para contato é r.james@terra.com.br

sexta-feira, maio 06, 2005

Eu sei que ando numa fase eletrônica, mas não dá pra ignorar que o bom e velho rock and roll ainda me dá arrepios.

Ontem à noite fui com meus comparsas Terence, Thiago e Rômulo ao show do Kamikaze, num local chamado No Fundo do Baú. Se você não é de Belo Horizonte, a casa é um bar com espaço para shows, onde normalmente se apresentam bandas de rock setentista, covers de Creedence e até uns sertanejos de vez em quando. Fica num local frio pra caralho nessa época, na Av. Raja Gabaglia.

Mas lá fomos. A noite era comemoração de 5 anos do programa "Acetato", da Rádio Geraes FM. O programa toca o melhor da era do vinil, digamos assim.

Para quem não conhece 3 - o Kamikaze foi tranquilamente a melhor banda de hard rock do país. Pena que as montanhas de Minas não deixaram que ela saísse daqui. A canção "Machado de Guerra" ficou em primeiro lugar nas mais pedidas da extinta Rádio Terra FM, lá pelos idos de 1985, 1986. Saía a nova do Iron Maiden, do ACDC ou qualquer uma destas e pimba! "Machado de Guerra" ainda continuava no primeiro lugar. E nesta época o rock and roll estava na ordem do dia e a Terra era a líder de audiência.

Voltando ao show, é impressionante como uma guitarra, um baixo e uma bateria, aliados a um vocalista poderoso, ainda assombram os mais incrédulos. Difícil é destacar alguém dentre os quatro que fazem parte do Kamikaze (parênteses para uma história. dizem as más línguas que eles foram sumariamente garfados na eliminatória para o Rock & Rio 2, em 1991, que deu direito a Laura Finnochiato e Vid & Sangue Azul de tocarem para a multidão. Quem estava lá, sabe que o Kamikaze foi infinitamente melhor). Guilherme Bizzoto, Reginaldo Gomes, João Guimarães e o estupendo baixista, que me esqueci o nome, simplesmente dão aulas de rock and roll todas as vezes que sobem a um palco. Só pra dar um exemplo: que outra banda tem a "petulância" de tocar "Foxy Lady", de Hendrix, como música incidental, só no baixo e na bateria? Não é átoa que sempre podemos encontrar entre o público elementos de bandas de hard rock mineiras, como 9Ora e Tianastácia. Talvez aprendendo um pouco como se faz.

Uma pena mesmo que muito poucos tenham acesso hoje e saibam a importância desta banda para a história do rock no Brasil. Com certeza, foi zilhões de vezes melhor do que seus contemporâneos paulistanos, como Harppia por exemplo. Quem tiver oportunidade, procure ou me peça (tenho coisas da banda num cd que foi editado há alguns anos, como uma espécie de coletânea de seu trabalho até então). Ou ainda aguarde pelo novo trabalho deles, que será lançado ainda este ano, com produção do mago Chico Neves.