Eu costumo ler obituários dos três jornais que assino ( Folha de SP, O Globo e Estado de Minas ), mas só recentemente comecei a compará-los, não sei ao certo porquê.
Tá bom, vocês vão achar que é uma característica meio mórbida do meu ser, mas o costume começou quando percebi que não havia ficado sabendo dos falecimentos de algumas pessoas queridas em anos anteriores. Daí surgiu o hábito de sempre dar uma passadinha nesta triste página de um jornal para "dar uma conferida".
E daí meu hábito de procurar conhecidos foi se estendendo até chegar num ponto onde faço verdadeiras análises dos tais anúncios fúnebres. Excetuando a Folha de SP, cuja página de obituários só aumenta quando alguém famoso ou quatrocentão vem a falecer, os outros dois jornais tem se esforçado para conseguir passar num só tijolinho o que a pessoa foi.
Não é incomum encontrar títulos, do tipo "Membro da Associação X" ou "Sócio-fundador do Clube Y", além dos tradicionais "Frei", "Barão", "Conde", "Desembargador", "Doutor" e coisas parecidas. Mas o que mais tem me chamado a atenção são os nomes. Não sei se por coincidência, mas nos últimos tempos muita gente de nome esquisito tem morrido. Mais no Rio de Janeiro do que em Belo Horizonte.
Na edição de hoje do "O Globo", por exemplo, existe um anúncio que convida para a missa de 7º dia de Minalda Villas Tenório, viúva do Desembargador Oscar Tenório. Chique, não ?
Não sei se este hábito esta'me tornando uma pessoa melhor ou pior. Só sei que estou cada vez mais perto da morte, ainda que ela esteja nas páginas de um jornal.