Rodrigo James, 35 anos, publicitário, jornalista, assessor de imprensa, dj amador, músico de computador, diretor de rádio lê, ouve, escreve, fala e respira cultura pop. Também atende nos websites www.programaaltofalante.com.br, www.portal180.com.br, no Orkut (http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=1365547244323894215), no MSN (tá bom que eu vou dar meu MSN assim assim) e está aberto a opiniões, crítica, chacotas e o que mais passar por sua cabeça. Ah, o email para contato é r.james@terra.com.br

sábado, dezembro 14, 2002

Call Me James Produções apresenta :

AS AVENTURAS DE PEREIRA, SÍLVIA E LÚCIO NO MUNDO SUPERIOR

Capítulo 1

Pereira acordou ansioso. Não sabia o que tinha sonhado, mas o incomodava. Pôs os pés no chão e então sentiu. Dores e mais dores e mais dores ainda tomavam conta de seu corpo, mas ele insistia em afirmar para si mesmo que nada havia acontecido na noite anterior. Caramba, estava doendo demais. Tentou pôr os pés no chão, mas não conseguiu firmar as pernas. Escorou na cabeceira da cama e foi pé-ante-pé até o banheiro. O caminho, que normalmente demora 3 segundos, demorou aproximadamente um minuto.

Abriu a posta do banheiro e entrou. A impressão era a de que um cmainhão havia passado por cima. Só de seus pés. Os outros músculos do corpo que também doíam pareciam ter sido vítimas de algo mais forte. Olhou-se então no espelho e tomou um susto. Sua face estava roxa. Por isso não conseguia sorrir ou ao menos abrir a boca. Fez suas necessidades ali mesmo, sem levantar a tampa do vaso. Sabia que sua mãe e sua irmã iriam reclamar, mas.....ah, foda-se......estava com muitas dores pra pensar nisso agora.

Foi caminhando lentamente para a sala. Ninguém estava em casa, ainda bem. Olhou para a janela e contemplou o sol. Argh, o sol ! Odiava o sol. Preferia a noite. Mas até que um solzinho naquele momento fazia um pouco de bem. Abriu a janela de deixou os raios penetrarem pela sala. Não por muito tempo porque sentiu dores quando um dos raios do sol tocou sua pele. Uma coisa aparentemente não tinha nada a ver com a outra, mas incomodava. Então foda-se.

Voltou para o quarto e ligou o computador. Sentou-se em sua cadeira nem tão confortável assim e esperou a conexão com a internet. Só uma pessoa poderia saber o que tinha acontecido. E esta pessoa com certeza estaria online naquele momento. Olhou para o aparelho de som. Nada melhor do que Nick Cave naquele momento de dor. Na verdade, para Pereira, Nick Cave era perfeito para todos os momentos, mas sempre havia invejado aqueles que, em momentos de dor profunda, recorriam a Nickão para tentar aliviá-la um pouco. Resolveu experimentar. Se lembrou de algo que tinha escrito na internet há alguns dias. Algo que envolvia a idolatria por Nick Cave. Ou será que ele apenas havia lido ? Ah, sim, foi parte de uma discussão em um destes blogs espalhados pela internet afora. Sorriu. Aquela lembrança era a primeira coisa boa do seu dia. O prazer de espinafrar alguém. Mas ainda doía muito. Caracas. Onde estava Sílvia nesse momento ?