Um episódio ontem à noite exemplificou muito bem como as coisas funcionam na noite de Belo Horizonte.

Estávamos, eu, Terence e Thiago, na casa de Terence fazendo mais uma gravação para o programa de rádio, quando recebo um telefonema de Rodrigo Brandão, do Leela, nos convidando para seu show naquela noite no Pop Rock Café. Como eu e Terence já estávamos mesmo dispostos a ir para ver o show e encontrar com o casal Rodrigo/Bianca, aceitamos o convite e fomos até o local. Apesar de ser no Pop Rock Café.

Antes, um parênteses. Para quem não conhece, o Pop Rock Café é uma casa de shows (?) inspirada no Hard Rock Café, mas ligada à rádio 98FM daqui de BH. Já freqüentei muito o local no início, desde sua inauguração, até porque fiz assessoria de imprensa para lá durante mais de um ano. No início era bacana, havia as terças-feiras com bandas de renome nacional e com conteúdo, etc. Depois, a coisa foi popularizando e os bons shows sumiram. Apenas um punhado de bandas loser tocam lá todas as semanas, com raras exceções. Agora, ao que parece, estão tentando retomar um pouco a proposta inicial fazendo shows bacanas na quinta-feira.

Pois bem. Lá fomos. Chegando à porta, a tradicional confusão. Seguranças que não sabem como te tratar, nervosos, mais preocupados em te barrar do que deixar entrar. Ai de você se disser que é convidado de alguém, como era o nosso caso. E lá foi o segurança com a maior má vontade olhar na lista para não encontrar o nosso nome. Daí explicamos que o Rodrigo havia nos ligado e convidado para o show, que provavelmente ele devia ter se esquecido de colocar na lista, etc etc etc. O que o cara deveria fazer? Chamar o gerente ou alguém lá dentro para perguntar à banda se isso era verdade. Pois ele chama o gerente pelo rádio, que manda dizer que nós somos convidados no esquema “5 de entrada e 10 de consumação”. Pô, nós nem estávamos querendo entrar para consumir. Tudo que queríamos era ver o show, conversar um pouco com os dois e tal. Até poderíamos ter entrado, mas eu particularmente (e acredito que o Terence também) me senti desrespeitado. A falta de tato de seguranças e gerentes em geral é um dos grandes problemas da noite de BH. Eu até entendo que o papel dos caras é este mesmo, mas tem que haver um pouco de bom senso em algum momento. Eu já passei da idade de ficar querendo entrar em boate como o Pop Rock Café (veja bem, boate e não casa de shows) para curtir a noite. Quando quero, com certeza não vou ao Pop Rock. Na verdade, se eu quisesse entrar pra beber, paquerar ou coisa parecida, eu até poderia toparia pagar aquele valor, mas ontem não era o caso. Faltou bom senso mesmo do pessoal lá de dentro, que não satisfeitos em fazer uma proposta dessa, do tipo “é pegar ou largar”, ainda não te deixam tentar falar com alguém da banda, ou o próprio gerente, etc.

Enfim, sabem o que fizemos? Fomos para a Obra, né? O oposto de tudo que enfrentamos no Pop Rock. Lá entramos, vimos o show do Radar Tantã (vazio, por sinal. 30 pessoas, no máximo), encontramos com a “nossa turma”, conversamos um pouco e fomos embora numa boa. Aí está a diferença.

Portanto, Rodrigo e Bianca, desculpem aí. Fica para a próxima.