Rodrigo James, 35 anos, publicitário, jornalista, assessor de imprensa, dj amador, músico de computador, diretor de rádio lê, ouve, escreve, fala e respira cultura pop. Também atende nos websites www.programaaltofalante.com.br, www.portal180.com.br, no Orkut (http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=1365547244323894215), no MSN (tá bom que eu vou dar meu MSN assim assim) e está aberto a opiniões, crítica, chacotas e o que mais passar por sua cabeça. Ah, o email para contato é r.james@terra.com.br

terça-feira, março 25, 2003

Isso que eu chamo de pegar o gancho :

Bin Laden vira garoto-propaganda de Foz do Iguaçu

MARISTELA DO VALLE
da Folha de S. Paulo, em Foz do Iguaçu

"Se Bin Laden arriscaria o pescoço para visitar Foz do Iguaçu é porque vale a pena! Foz, todo mundo quer ver. O que você está fazendo aí, que ainda não veio?"

Ao utilizar o terrorista como garoto-propaganda em recentes anúncios, a cidade paranaense tentou reverter em benefício próprio uma das inúmeras reportagens negativas a seu respeito, desta vez publicada na "Veja" da semana passada, sobre uma suposta passagem do terrorista por ali.

A propaganda tem a função de recuperar o número de visitantes à cidade, que vem caindo, apesar das inúmeras novidades que se somam às cataratas, como o rafting no rio Iguaçu, a iluminação noturna de Itaipu, a reabertura do seu ecomuseu e as obras de infra-estrutura no parque nacional.

Tudo isso fora os projetos que ainda não foram concretizados, mas estão prometidos ainda para este ano, como é o caso dos elevadores panorâmicos em frente às quedas-d'água e do refúgio biológico de Itaipu, que contará com passarelas para a observação de animais como veados e jaguatiricas e fará parte do complexo turístico da usina hidrelétrica.

No ano passado, as cataratas do Iguaçu foram visitadas por cerca de 740 mil pessoas, número que já chegou a mais de 1 milhão em 1986 e 1987. O secretário de turismo Neuso Rafagnin considera que a cidade está "sendo vítima da imprensa internacional" e cita especialmente o canal de TV paga CNN, que costuma associar a imagem do município à de um antro de terroristas árabes. Segundo Rafagnin, a promotoria do município está entrando com uma ação para pedir explicações à CNN, pois nada foi provado. Ele ainda enfatiza que os árabes da região, muitos deles empresários, são "pessoas de bem".

Além desse tipo de reportagem e das notícias comuns a uma região de fronteira, como tráfico e contrabando, também contribuíram para diminuir o número de turistas a crise na Argentina, principal emissora de visitantes à cidade, e a competitividade com outros destinos nacionais, como o Nordeste, na opinião de Rafagnin e de Mauricio Lupion, gerente de marketing do Iguassu Convention & Visitors Bureau.

Porém os problemas por que passa Foz não atingem os visitantes, que podem circular tranquilamente por pontos turísticos, bares e restaurantes sem medo de virar alvo de atentados.