Rodrigo James, 35 anos, publicitário, jornalista, assessor de imprensa, dj amador, músico de computador, diretor de rádio lê, ouve, escreve, fala e respira cultura pop. Também atende nos websites www.programaaltofalante.com.br, www.portal180.com.br, no Orkut (http://www.orkut.com/Profile.aspx?uid=1365547244323894215), no MSN (tá bom que eu vou dar meu MSN assim assim) e está aberto a opiniões, crítica, chacotas e o que mais passar por sua cabeça. Ah, o email para contato é r.james@terra.com.br

segunda-feira, julho 28, 2003

Sei não, mas acho que Martha Medeiros missed the point nessa coluna...

SEX AND THE CITY: NÃO É BEM ASSIM
28 de Julho de 2003

Assisti apenas uma vez Sex and The City, que é muito elogiado. Não tenho dúvida de que é bom, o problema é que nunca guardo o dia e a hora que vai ao ar. Então, comprei o livro. Que não consegui acabar de ler: achei uma chatice.

Lá pela metade da leitura eu já estava enjoada daquele mulherio sem a menor capacidade de se introspectar. Segundo o livro, a mulher de hoje é fútil, obcecada por sexo e seu único desejo é encontrar um solteiro rico que a desencalhe. Que las hay, las hay, mas devagar com o andor.

Sim, mulheres querem casar, é um desejo que vem do berço, cultivado em família e incrementado pela pressão social e pela necessidade de procriar. Então a gente namora, casa, descasa, casa de novo, até o final dos dias, acertando e errando. Isso não descredibiliza ninguém. Mas uma coisa é querer se realizar afetivamente, outra é perder tempo fofocando dentro do banheiro ou analisar os pretendentes de acordo com o saldo bancário. Não convém colocar todas as mulheres no mesmo saco.

Há outros tipos de mulheres além de Carrie e suas amigas. São mulheres que vão ao banheiro - sozinhas! - apenas para fazer xixi e retocar a maquiagem. São mulheres que, não tendo grana para uma roupa de grife, compram um vestido transado num brechó e ficam lindas. São mulheres que não se importam com a marca do carro ou do sapato do cara: elas torcem é para que ele tenha algum talento e algum QI. O resto é blefe.

O fato de hoje termos nosso trabalho e nosso dinheiro não significa que tenhamos nos tornado todas comedoras e competitivas. Mulheres seguem românticas como sempre foram. E muito atentas ao que lhes acontece dentro, aos seus desejos e angústias. Aposto que a maioria das mulheres se identifica muito mais com as personagens perturbadas que a atriz Julianne Moore leva para as telas de cinema do que com a esperteza charmosa de Sarah Jessica Parker. Ok, Sex and the City é comédia, não é pra levar tão a sério. De qualquer maneira, não custa lembrar que mulheres são, sim, seletivas, mas nem todas selecionam o "macho alfa", como a autora do sitcom define os homens mais cobiçados. Há mercado para o macho beta, o macho gama e todos os homens que gostam de mulheres menos consumistas e menos neuróticas. Aliás, se for pra ser neurótica, sou mais a Julianne Moore - um pouquinho de densidade não faz mal a ninguém.