Meu texto Jorge Amado, direto do Mundo Perfeito :
Da primeira vez que o seio de Aletéia encontrou as mãos de Nazir
Nazir não agüentava mais as provocações de Aletéia. A mulher do Coronel Severo todo dia arrumava uma desculpa para aparecer no armarinho. Sempre com a saia curta e o convencimento menor ainda. Falava do marasmo de viver na fazenda Santa Dorotéia, dos suores noturnos, da paixão estancada em seu coração. O turco tentava mudar de assunto.
- Por que você não diz logo que me ama ?
Mas quem disse que adiantava? A mulher sempre arrumava um jeito de voltar ao ataque. Usava técnicas de baixeza inomináveis. Chegou até a preparar uma pizza (inegável afrodisíaco), ainda caprichada na mussarela , só para Nazir não ter como recusar o agrado.
Orientado pela negra Juventina, o dono da armarinho resolveu a fazer um despacho para Ogum, na tentativa de se livrar da fazendeira e da perspectiva de ser atravessado por uma faca. Até cair o turco fez, para ver se passava por louco e espantava a insistente. Mas ela tinha o corpo fechado para despacho e aberto para teimosia. Num dia de calor retado, Aletéia entrou no armarinho com a desculpa de comprar um terço. Nazir não tinha terço a venda. Nem como resistir ao seio de Aletéia exposto daquela forma bela. Danou-se.
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